
A corrida por uma das duas vagas no Senado em Alagoas promete ser uma das mais acirradas dos últimos anos. De um lado, o senador Renan Calheiros mantém forte influência sobre a maioria das prefeituras do interior, sustentando uma base consolidada de apoio político. De outro, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que, por meio do envio de emendas e parcerias estratégicas, mantém alianças com alguns prefeitos. Ambos representam os dois maiores grupos políticos do estado, com presença capilarizada e influência robusta sobre o eleitorado.
Nesse cenário polarizado, surge uma possível candidatura de Davi Davino, que busca, no partido Republicanos, sob a liderança do deputado estadual Antônio Albuquerque, acesso para alcançar o interior alagoano.
Ainda que sua estrutura política seja menor que a de seus concorrentes, Davino não pode ser subestimado. Um exemplo claro foi a eleição de 2022. Embora sua candidatura não tenha ameaçado a vitória de Renan Filho ao Senado, ele impôs ao ex-governador uma derrota acachapante em Maceió. No estado inteiro, Davino obteve 627.397 votos, mas, na capital, ele superou Renan, conquistando 238.893 votos contra 159.492 do emedebista. Vale lembrar que, na época, Davino disputou com o apoio de Arthur Lira.
A distância entre a influência de Calheiros, Lira e Davino é imensa. A política do interior alagoano é fortemente dependente das estruturas partidárias, da distribuição de recursos e da manutenção de alianças estratégicas, aspectos em que Renan e Lira têm larga vantagem.
Para se viabilizar como um nome competitivo, Davino precisará ampliar sua base de apoio, conquistar prefeitos e construir um discurso que dialogue tanto com o eleitorado da capital quanto com o do interior. Outro ponto crucial será o alinhamento nacional. Dependendo do cenário, alianças com candidatos à Presidência e ao governo do estado influenciarão a disputa.
A história já mostrou que Davi derrotou o gigante Golias. E Davino, tem chances de derrotar os gigantes Renan Calheiros e Arthur Lira?