
A crise na Educação municipal de Maceió alcançou um novo patamar com a aprovação de uma greve geral a partir de 5 de maio. A decisão foi tomada em assembleia realizada na manhã do sábado (26), no Centro Cultural do Sinteal, com maciça participação das trabalhadoras e trabalhadores da rede. A movimentação é um reflexo direto do descontentamento com a condução da política educacional pela gestão do prefeito JHC.
O estopim para a paralisação foi a rejeição da nova proposta apresentada pela prefeitura: um reajuste de 5%, parcelado em duas vezes (2,5% em maio e 2,5% em outubro), além do compromisso de liberar R$ 100 mil mensais para o pagamento de progressões retroativas. Para a categoria, a oferta não só é insuficiente, frente às demandas acumuladas e ao direito já garantido por lei às progressões.
A indignação da categoria vai além do reajuste: educadoras e educadores denunciaram uma série de deficiências estruturais na rede municipal. Entre os problemas citados estão a ausência de transporte escolar adequado, salas de aula sem ventilação ou refrigeração e o contínuo sucateamento da carreira docente. Essas falhas revelam uma negligência estrutural da atual gestão com a qualidade da Educação pública e com as condições de trabalho de seus profissionais.
A decisão pela greve veio acompanhada da aprovação de um calendário de lutas, que inclui atos públicos e atividades de mobilização da sociedade.
28/04 a 02/05: Período de sensibilização da comunidade escolar
05/05: Ato em frente à Prefeitura de Maceió
07/05: Manifestação na Câmara de Vereadores
09/05: Assembleia de avaliação e definição dos rumos da greve
Com a greve marcada, a Educação de Maceió entra em um período decisivo. O embate entre a gestão municipal e os servidores educacionais coloca em xeque não apenas o reajuste salarial, mas também o compromisso da prefeitura com a valorização da educação pública.