O que antes era apenas bastidor se confirmou: o prefeito de Messias, Marcos Silva, rompeu oficialmente com o grupo político do deputado estadual Antonio Albuquerque. O movimento foi selado com a filiação de Marcos ao MDB, partido comandado em Alagoas pelo senador Renan Calheiros. A mudança de legenda representa mais do que uma simples troca partidária — ela escancara um racha decisivo.
Marcos Silva deixa o Republicanos, sigla à qual era fortemente ligado, em meio a polêmicas. Vale lembrar que o partido, através da família Albuquerque, foi peça-chave para sua reeleição em 2024. Em momentos de instabilidade, foi o apoio político de Antonio Albuquerque e de seu filho, o ex-deputado federal Nivaldo Albuquerque, que garantiu ao prefeito não só respaldo institucional, mas também recursos por meio de emendas parlamentares.
Durante seu primeiro mandato, Marcos nunca economizou elogios ao apoio recebido por ambos — Antonio na Assembleia Legislativa e Nivaldo em Brasília. A nova filiação, no entanto, marca um rompimento que, segundo aliados dos Albuquerque, é sentido como um duro “golpe” político.
O ingresso no MDB sinaliza o alinhamento de Marcos ao novo grupo para o pleito de 2026. A proximidade com nomes como Remi Calheiros, o deputado federal Luciano Amaral e outras lideranças do grupo calheirista sugere que o prefeito de Messias não retribuirá o apoio recebido em 2024 aos Albuquerque. A leitura é clara: Marcos deixa para trás antigos padrinhos políticos.
Para o Republicanos, a perda da influência sobre Messias é um baque. A cidade representa um importante reduto eleitoral, e a ausência de um prefeito aliado enfraquece os projetos de reeleição de Antonio Albuquerque e de retorno de Nivaldo à Câmara.
Não bastasse a reviravolta partidária, Marcos Silva enfrenta outro desgaste recente: foi acusado pelo vice-prefeito Marcos Valério de tê-lo expulsado do gabinete. O episódio adiciona mais um ingrediente ao cenário político turbulento em Messias, que vive um momento de tensão e incerteza quanto aos rumos da gestão.