
A crise política em Messias aumentou com a antecipação da eleição da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores para o biênio 2027/2028. Em meio ao racha entre o prefeito Marcos Silva e seu vice, Marcos Valério, o Legislativo municipal tornou-se palco de disputas e rupturas institucionais que devem ganhar os tribunais.
No dia 26 de junho, por ato da presidência da Câmara, foi realizada a eleição da Mesa Diretora. A convocação, assinada pelo atual presidente Geraldo dos Santos, alegava respaldo no Regimento Interno da Casa. O próprio Geraldo, que já havia sido eleito para presidir a Câmara no biênio 2025/2026, foi reeleito, agora para o biênio seguinte, 2027/2028.
Contudo, a legalidade do processo está sendo contestada. No momento da votação, os vereadores Pr. Everaldo Euzébio, Biel Calheiros, Felipe Ferreira e Barra Nova se retiraram da sessão em protesto e protocolaram um requerimento de impugnação do pleito. Para esses parlamentares, a antecipação da eleição fere os princípios legais que regem a administração pública e contraria precedentes firmados tanto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) quanto pela Justiça de Alagoas.
O STF, em diversas decisões, tem se posicionado de forma clara contra manobras que busquem antecipar ou permitir reeleições sucessivas para a presidência de mesas diretoras em Legislativos. Um dos fundamentos do Supremo é o respeito à periodicidade das eleições internas, evitando práticas que possam comprometer a alternância de poder e a democracia interna nas Casas Legislativas.
No âmbito estadual, o Tribunal de Justiça de Alagoas também tem acompanhado a jurisprudência do STF. Em decisões anteriores, a Corte anulou eleições antecipadas realizadas em câmaras municipais como a de Marechal Deodoro, argumentando que a antecipação não encontrava amparo jurídico adequado e feria os princípios da legalidade e moralidade administrativa.
Nesse cenário, é possível que a eleição da Mesa Diretora da Câmara de Messias seja judicializada, podendo resultar em anulação do ato e nova disputa no Legislativo local. Para além do embate jurídico, o episódio revela o aprofundamento da crise política no município.