A instabilidade política voltou a assombrar a Câmara de Vereadores de União dos Palmares. Enquanto o G-9 insiste na antecipação da eleição da Mesa Diretora, o G-6 pode acionar a Justiça.
Composta por 15 vereadores, a Casa Legislativa vive hoje um racha interno, que se aprofundou após uma reunião do grupo conhecido como G-9. Além de defender a antecipação da eleição da nova Mesa Diretora, o grupo já teria definido, de maneira informal, a futura composição da presidência e demais cargos da mesa. A iniciativa destruiu qualquer expectativa de harmonia entre os blocos.
A sessão ordinária desta segunda-feira (7) escancarou o conflito. De um lado, membros do G-9 defenderam publicamente a antecipação. Do outro, membros do G-6 se manifestaram contra, alertando para os riscos jurídicos da manobra e lembrando de decisões judiciais que já anularam eleições semelhantes em outras cidades.
A postura do G-9 evidencia a falta de entendimento coletivo, que pode culminar numa disputa nos tribunais. E a tendência é clara: o Supremo Tribunal Federal (STF) já possui jurisprudência consolidada contrária à antecipação da eleição de Mesas Diretoras, com o argumento de que ela fere princípios constitucionais, como a alternância no poder, a legalidade e o respeito ao calendário democrático.
Na prática, as divergências que antes eram apenas políticas agora caminham para uma disputa judicial, deixando claro que a Câmara fracassou em sua missão mais básica: preservar a estabilidade institucional.
No campo político, o desgaste é evidente. A eleição que poderia pôr fim às ranhuras da última disputa divide e espalha um clima péssimo de instabilidade política na cidade.
Se o objetivo era fortalecer o Legislativo, o resultado está sendo o oposto: a crise agrava a percepção de fragilidade do parlamento municipal, ameaça a governabilidade e empurra a Câmara para o centro de mais um capítulo de disputas que deveriam ser evitadas com diálogo e habilidade política.