Na eleição de 2022, a família Caldas apostou alto em João Holanda. O então candidato passou por uma mutação publicitária e foi apresentado ao eleitorado como “Dr. JHC”, numa tentativa clara de associar sua imagem à popularidade do irmão, prefeito de Maceió.
Com os índices de aprovação de JHC em alta, os Caldas consideravam praticamente certa a vitória de João Holanda. Mas a realidade foi bem diferente: a força política do interior do estado mostrou-se decisiva, e o projeto naufragou de forma implacável.
Passados dois anos, a família já reorganiza seu tabuleiro político para 2026. E a aposta agora pode ter outro nome: Marina Candia, esposa do prefeito JHC. A primeira-dama vem ganhando visibilidade por seu engajamento em programas sociais e de saúde, como o Banco da Mulher, as creches Gigantinhos e o Saúde da Gente, além de cultivar uma presença consistente nas redes sociais.
Esse conjunto de fatores tem alimentado a narrativa de que Marina poderia se transformar em um ativo eleitoral de peso, capaz de ampliar a influência do grupo Caldas no cenário nacional.
A estratégia não é inédita. Quando deixou o governo de Alagoas, Renan Filho atuou para garantir à esposa uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado. Agora, JHC pode tentar um movimento semelhante, mirando alto: emplacar Marina Candia na Câmara Federal.
A movimentação expõe não apenas o poder de articulação dos Caldas, mas também a forma como as famílias políticas em Alagoas seguem adaptando seus projetos de poder, testando nomes e narrativas até encontrar a fórmula que melhor dialogue com o eleitor.
Resta saber se, em 2026, o eleitorado aceitará essa nova aposta ou se repetirá o recado dado nas urnas em 2022. Na eleição de Dr. JHC, a família Caldas sofreu uma grande derrota, e o desafio continua o mesmo: como transformar Marina Candia, uma figura desconhecida no interior do estado, em uma candidata capaz de conquistar os eleitores?