Depois de intensa pressão popular e forte mobilização, o Senado Federal rejeitou nesta quarta-feira (24) a chamada PEC da Blindagem (PEC 3/2021). Por unanimidade, os senadores enterraram a proposta que criava barreiras adicionais para que deputados e senadores respondessem a ações penais, exigindo autorização prévia do Congresso em votação secreta, além de ampliar o foro privilegiado para presidentes de partidos políticos.
A decisão representa uma vitória da sociedade contra uma tentativa clara de limitar a atuação da Justiça. Mas também deixa em evidência o desgaste político de deputados que, na Câmara, votaram a favor do projeto.
Em Alagoas, a maioria da bancada federal se alinhou ao texto. Votaram a favor da PEC nos dois turnos: Arthur Lira (PP), Marx Beltrão (PP), Isnaldo Bulhões Jr. (MDB), Luciano Amaral (PSD) e Delegado Fábio Costa (PP). No primeiro turno, Rafael Brito (MDB) também esteve entre os apoiadores, mas recuou e votou contra no segundo.
Ao abraçar a proposta, esses parlamentares se colocaram ao lado do corporativismo político, priorizando mecanismos que poderiam atrasar processos, dificultar investigações e blindar colegas suspeitos de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.
O desgaste agora é inevitável: a derrota no Senado frustra a tentativa de blindagem e expõe, de forma ainda mais nítida, quem tentou se proteger sob a justificativa de “prerrogativas parlamentares”.
O episódio reforça a importância do voto consciente. Afinal, a sociedade mostrou que pode barrar retrocessos, mas a pergunta que fica é: será que os alagoanos vão lembrar disso na hora do voto?