O Senado Federal decidiu subir de patamar quando o assunto é transporte oficial. A Casa passou a alugar 79 SUVs de luxo e uma minivan adaptada, por R$ 796,5 mil mensais, mais que o dobro do valor do contrato anterior, que custava R$ 377,8 mil por mês. O novo acordo, firmado com a mesma empresa, Quality Aluguel de Veículos S/A, prevê um gasto total de R$ 47,7 milhões ao longo de cinco anos.
A justificativa técnica foi a “modernização da frota”, mas o salto no custo chama atenção. No contrato anterior, o Senado gastava R$ 11,3 milhões por dois anos e meio. Agora, o aluguel anual chega a R$ 9,5 milhões, superando com folga o valor de R$ 4,5 milhões desembolsado no mesmo período de 2023.
A diferença não está apenas nas cifras. Antes, os senadores utilizavam sedans como Toyota Corolla e Nissan Sentra. Agora, a frota foi trocada por Chevrolet Equinox 2025, modelos que contam com teto solar, Wi-Fi nativo, Google Assistente, motor 1.5 turbo e 177 cavalos de potência — características dignas de carros de alto padrão, mais associados ao conforto do que à economia.
O contrato cobre manutenção, combustível, seguros e taxas, mas não inclui motoristas. Se optasse pela compra, cada SUV custaria entre R$ 242 mil e R$ 287 mil.
Enquanto o país enfrenta cortes em áreas essenciais e o Congresso discute ajuste fiscal, o Senado amplia despesas com veículos de luxo. A decisão levanta questionamentos sobre prioridades e sobre o real compromisso da Casa com a contenção de gastos públicos.