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Anthony Albuquerque

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Política

JHC exonera aliados de Gunnar e Mesaque da Prefeitura: será que a Assembleia fechará as portas para o prefeito?

A reação do prefeito mostra que a disputa pelo eleitorado evangélico entrou em campo aberto e deve ser um dos eixos da política alagoana até 2026.

Publicado: | Atualizado em 28/10/2025 14:58


O prefeito de Maceió, JHC (PL), fez um movimento político drástico ao exonerar mais de 50 pessoas ligadas a Gunnar Nunes e ao deputado estadual Mesaque Padilha. A decisão veio logo após Gunnar deixar o PL, partido comandado por JHC em Alagoas, para se filiar ao PP, sigla do deputado federal Arthur Lira.

As exonerações, publicadas em edição extraordinária do Diário Oficial do Município nesta segunda-feira (27), atingiram cargos de livre nomeação na Secretaria Municipal de Gestão de Pessoas e Patrimônio (SEMGE), ocupados por assessores técnicos e de apoio. A medida expôs o racha entre o grupo de JHC e o setor evangélico mais influente de Alagoas.

Gunnar Nunes é filho do pastor José Orisvaldo Nunes Lima, presidente da Assembleia de Deus no estado, uma das instituições religiosas com maior influência e número de membros em Alagoas. Sua mudança para o PP representa uma perda considerável de proximidade de JHC sobre o eleitorado evangélico, que tende agora a se alinhar ao grupo de Arthur Lira.

Nos bastidores, a leitura é de que o prefeito se sentiu traído. Gunnar, até então filiado ao PL, era um dos nomes fortes para integrar o projeto de JHC para montar uma chapa competitiva de federais em 2026. Nesta segunda, no entanto, ele anunciou que disputará uma vaga na Câmara dos Deputados pelo PP, consolidando sua aliança com o grupo de Lira.

A reação do prefeito mostra que a disputa pelo eleitorado evangélico entrou em campo aberto e deve ser um dos eixos centrais da política alagoana até 2026. Com a reconfiguração dos apoios, Arthur Lira amplia sua base e enfraquece a estrutura partidária de JHC, que agora precisará recompor sua estratégia dentro e fora do PL.

O episódio expõe uma fissura delicada dentro do grupo de oposição. Arthur Lira e JHC ainda são aliados, mas a migração de Gunnar para o PP cria um desconforto visível e pode gerar desgaste entre as duas principais lideranças que tentam se posicionar contra o grupo de Renan Filho em 2026.

Ao exonerar os indicados de Gunnar, JHC sinaliza que não pretende tolerar infidelidades partidárias nem dividir influência sobre o eleitorado. A dúvida que fica é outra: se o prefeito fechou as portas da Prefeitura para Gunnar, será que a Assembleia de Deus em Alagoas também fechará as portas para o prefeito?