O debate sobre o Projeto de Lei Antifacção ganhou uma nova camada política após o jantar entre Guilherme Derrite, Arthur Lira e Eduardo Cunha. A reunião ocorreu justamente no momento em que o relatório do PL passa por ajustes sensíveis e desperta pressões distintas no Congresso e no Governo Federal.
Derrite, que deixou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo para assumir a relatoria, apresentou na última semana a quarta versão do texto. Ele atendeu a uma demanda do Palácio do Planalto para redirecionar recursos apreendidos de facções ao financiamento da Polícia Federal.
A versão anterior mantinha esses valores apenas nos fundos estaduais e distritais de segurança pública, o que, segundo o Ministério da Justiça, poderia “descapitalizar” a PF. Mesmo com a mudança, o relator ainda enfrenta resistência entre governistas.
Foi nesse contexto que o senador Renan Calheiros decidiu partir para o ataque. Em publicação nas redes sociais, ele ironizou o encontro e voltou a mirar em Arthur Lira: “Combater o crime é: não enfraquecer a PF; não proteger o patrimônio deles; não tomar aulas; e não jantar com eles”. A fala foi direcionada ao trio que discutiu o projeto em meio às negociações mais delicadas do texto.
A crítica pública reacende o embate entre Renan e Arthur Lira, que já vinha se intensificando nos bastidores. Ao transformar o jantar em munição política, Renan amplia o desgaste e reforça a polarização interna no grupo político alagoano. O movimento acirra ainda mais a disputa pelo Senado em Alagoas, onde os dois medem força e consolidam posições para 2026.