A crise envolvendo a possível perda de R$ 117 milhões do Maceió Previdência caiu como um problema político imediato e de longo alcance para o prefeito JHC. O caso, ligado ao investimento em títulos do Banco Master, liquidado pelo Banco Central, tende a se transformar em munição certa para adversários, especialmente se o prefeito confirmar sua entrada na disputa pelo governo de Alagoas em 2026. A repercussão abriu uma nova frente de desgaste e deve ser observada de perto por institutos de pesquisa, que vão medir o impacto direto na imagem do gestor.
A tensão aumentou porque o tema envolve um ponto sensível: a gestão previdenciária. O investimento, feito em letras financeiras sem cobertura do Fundo Garantidor de Créditos, já elevou o tom das críticas sobre decisões adotadas durante o mandato. A avaliação é de que o episódio pode afetar não só a imagem administrativa de JHC, como também a narrativa construída até aqui para projetá-lo no estado.
Aliados do prefeito, na Câmara, tentam conter os danos e assumiram a defesa pública. JHC, por enquanto, escolheu o silêncio. Mas o debate deve crescer à medida que adversários, como Rui Palmeira, exploram o caso na pré-campanha. A tendência é que a perda potencial dos recursos do Iprev se torne um dos temas centrais quando a agenda econômica e de responsabilidade fiscal entrar na disputa.
Antes do escândalo, o cenário eleitoral estava aberto. Pesquisas OpinData e Falpe, divulgadas em 3 de novembro, mostravam JHC e Renan Filho praticamente empatados, com diferença entre 0,8 e 1,75 ponto percentual. Agora, só novos levantamentos poderão apontar quanto o episódio mexeu na avaliação do eleitor. O risco é ver a aprovação do prefeito, que chegou a 80% em pesquisa, entrar em curva descendente caso o desgaste avance.
Enquanto o campo político monitora os efeitos, o Maceió Previdência informou que os pagamentos seguem garantidos. A folha de novembro será quitada no dia 27, e os valores de dezembro e do décimo terceiro serão liberados em 19 de dezembro.