O desfecho da disputa que envolve João Catunda e o deputado federal Paulão entrou numa fase decisiva. O suplente optou por não recorrer da decisão do TRE-AL, que anulou seus 24.754 votos e o vinculou a crime eleitoral. Essa escolha mexe diretamente na estratégia da defesa do petista e pode enfraquecer a tentativa de levar o caso ao TSE.
A decisão do tribunal regional foi apertada, por 4 a 3, e tomada em 10 de novembro. O entendimento da corte aponta que, com a anulação dos votos, a vaga deixaria de pertencer a Paulão, passando para Nivaldo Albuquerque, do Republicanos. Nada muda de imediato, porque o processo ainda depende do veredito final em Brasília. Mesmo assim, o cenário político já sente os efeitos da postura de Catunda.
O Republicanos foi o autor da ação que desencadeou o impasse. O partido acusa Catunda de ter financiado material de campanha com recursos do Sindsaúde durante um ato em 31 de agosto de 2022, na Secretaria Municipal de Economia. Panfletos distribuídos no evento traziam críticas à Prefeitura de Maceió e, por erro gráfico, exibiam o CNPJ de Catunda. A informação foi confirmada em depoimento pelo responsável pela gráfica à relatora, desembargadora Silvana Lessa Omena.
Com a anulação dos votos, o TRE determinou um novo cálculo do quociente eleitoral. O ponto de tensão agora é o silêncio de Catunda: ao não se manifestar, ele remove um dos pilares da defesa de Paulão, que pretendia sustentar no TSE que havia divergências na própria chapa. Sem essa peça, o parlamentar segue para Brasília com menos margem de argumentação.
Enquanto isso, o futuro do mandato segue no ar e as movimentações, ou a ausência delas, começam a pesar.