O deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil), relator da CPMI do INSS, decidiu cancelar a visita que faria ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em prisão domiciliar, no próximo dia 29. O encontro havia sido autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mas Gaspar optou por recuar para preservar a isenção de seu trabalho na comissão.
Em declaração à CNN, o parlamentar afirmou que a decisão foi tomada “para blindar o trabalho na relatoria e evitar ilações”. Segundo ele, a visita havia sido solicitada antes de sua nomeação como relator da CPMI, instalada em 20 de agosto deste ano.
“Infelizmente, enquanto estiver na relatoria, não poderei ir, mas o presidente Bolsonaro tem minha solidariedade e respeito. Estou buscando fazer uma investigação séria e com resultados”, disse.
Gaspar explicou que o ex-presidente pretendia conversar sobre o cenário político em Alagoas, mas, diante da nova função, considerou mais prudente adiar o encontro. A desistência foi comunicada formalmente ao ministro Alexandre de Moraes nesta quinta-feira (23), em ofício no qual o deputado afirmou que pretende retomar o pedido após a conclusão dos trabalhos da comissão.
A CPMI do INSS foi criada para investigar supostos descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas, e se tornou uma das principais frentes da oposição para tentar desgastar o governo do presidente Lula (PT).
Com a decisão, Alfredo Gaspar busca reforçar sua imagem de independência à frente da relatoria, em um momento em que a comissão ganhou destaque no embate político entre governo e oposição em Brasília.