A fala recente de Alfredo Gaspar voltou a movimentar os bastidores. Ao ser questionado sobre uma possível candidatura ao Senado, ele reconheceu a força de Renan Calheiros e Arthur Lira, mas deixou claro que não se intimida com o tamanho dos adversários.
Ele foi direto ao afirmar que “temos duas pessoas com muita estrutura política e base, que são o senador Renan e o presidente Arthur Lira”. Em seguida, admitiu que seu perfil é diferente: “eu sou justamente o inverso. A minha base é o voto de opinião”.
Esse contraste ajuda a entender o cenário real. Renan e Lira têm redes políticas consolidadas, prefeitos alinhados, lideranças organizadas e influência institucional. Gaspar, por outro lado, aposta no reconhecimento espontâneo do eleitor, reforçado por sua atuação recente na CPMI, que ampliou sua exposição pública.
Ainda assim, ele insiste que não teme entrar no jogo: “não tenho medo nenhum de desafios, nem apego a cargo. No momento oportuno, tomarei essa decisão. Não tenho receio nenhum de enfrentar quem quer que seja”.
A questão que surge é inevitável: vale arriscar uma reeleição praticamente garantida para a Câmara em troca de um confronto direto com duas das maiores estruturas políticas do estado? A disputa seria desigual em recursos e máquinas, mas Gaspar parece enxergar aí uma oportunidade de testar o alcance do voto de opinião em um ambiente tradicionalmente controlado por grandes grupos.
No fim, a decisão passa menos por cálculo matemático e mais por ambição política. Alfredo Gaspar está diante do dilema que separa quem permanece no conforto do cargo e quem tenta romper um ciclo. O risco é real, mas pode ser exatamente o movimento que ele considera necessário para medir sua força diante dos gigantes.