Poucos dias após a Polícia Federal colocar a Prefeitura de Barra de Santo Antônio sob suspeita de corrupção eleitoral, a gestão da prefeita Lívia Carla volta ao centro de uma polêmica, desta vez na área ambiental.
Uma operação do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) flagrou caminhões-caçamba da própria Prefeitura despejando resíduos sólidos em uma Área de Preservação Permanente (APP). O material incluía restos de poda e lixo doméstico. A área foi embargada, dois veículos oficiais apreendidos e o município multado em R$ 200 mil.
Um servidor ainda foi conduzido pelo Batalhão de Polícia Ambiental à Central de Flagrantes, em Maceió, onde deve passar por audiência de custódia. A administração municipal terá dez dias para limpar a área e comprovar a destinação correta do lixo.
O flagrante agrava um cenário que já vinha sendo questionado. Desde 2018, o Ministério Público de Alagoas cobra o fim dos lixões no município, em cumprimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos. Mesmo assim, a prática de despejo irregular persiste, revelando a incapacidade da gestão de estruturar políticas ambientais mínimas.
O desgaste é ainda maior porque o episódio ocorre na sequência da Operação Compra Casada, deflagrada pela Polícia Federal, que apura a distribuição de materiais de construção a eleitores como forma de compra de votos em 2024. Agora, além de suspeitas de corrupção eleitoral, a prefeita enfrenta também acusações de crime ambiental.
A lista de problemas não para por aí. A Prefeitura já foi alvo de críticas por contratos milionários sem clareza, como o firmado com o Instituto de Gestão de Políticas Públicas Sociais (IGPS), avaliado em mais de R$ 9,2 milhões. A falta de transparência, somada a novos escândalos, reforça a imagem de uma administração marcada por denúncias.