
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) deu um gesto político significativo nesta quarta-feira, durante a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que analisou a indicação de Maria Marluce Caldas Bezerra ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Cumprimento também o deputado João Caldas e cumprimento seu filho, prefeito de Maceió, uma das melhores, uma das mais gratas revelações da política de Alagoas e do Brasil”, disse Renan em discurso na comissão.
A fala reforçou a hipótese de que Calheiros e Caldas podem ter selado uma aliança.
No campo nacional, Lula, derrotado por Bolsonaro em Maceió em 2022, sabe o peso que o apoio do prefeito da capital terá para seu projeto de reeleição em 2026. Ao indicar Marluce, mesmo com todo seu preparo técnico, o petista teria garantido, politicamente, a simpatia e o apoio de JHC, um reforço valioso que desequilibra a disputa no reduto bolsonarista.
No tabuleiro estadual, a articulação favorece o retorno do atual ministro dos Transportes, Renan Filho, ao governo de Alagoas. Pelo acordo, JHC abriria mão da disputa.
Outra articulação importante vem do apoio de Arthur Lira à indicação de Marluce Caldas, junto a Lula. O apoio de Lira teria como contrapartida a garantia de que JHC não disputará o Senado em 2026, deixando o caminho livre para que o deputado avance em sua própria candidatura.
Apesar da expectativa dos opositores do grupo Calheiros de que JHC enfrente Renan Filho em 2026, os elogios públicos e a aproximação recente entre Caldas e Calheiros sinalizam que o pacto pode estar consolidado.
Aprovada pela CCJ, Marluce Caldas ainda precisará ter seu nome confirmado no plenário do Senado e, em seguida, ser nomeada por Lula para assumir a vaga no STJ.
A nomeação pode revelar uma das alianças mais improváveis da política dos últimos tempos, a CCJ alagoana: Calheiros e Caldas, juntos.