A Câmara Municipal de Maceió aprovou uma moção de repúdio à empresa BRK Ambiental, responsável pelos serviços de água e esgoto na capital. A medida foi proposta após sucessivas denúncias de falhas na prestação do serviço, especialmente em bairros que enfrentam obras inacabadas, crateras nas vias e cobranças de taxas de esgoto em locais sem saneamento básico.
O debate começou com o vereador Neto Andrade, que citou como exemplo os transtornos causados no bairro do Poço, onde obras da empresa seguem paralisadas e geram prejuízos aos moradores e comerciantes. Ele lembrou ainda que a associação de moradores da Cruz das Almas ingressou na Justiça com uma ação civil pública contra a BRK, motivada pelas constantes faltas de água na região.
O líder do governo, Kelmann Vieira, afirmou que a empresa tem agido “com má-fé e foco apenas no lucro”, cobrando taxas indevidas e desrespeitando a população. “As contas chegam todos os meses, mas o serviço não existe em muitas regiões da cidade. É uma atitude criminosa”, disse o vereador.
O vereador Samyr Malta propôs que a própria Câmara ingresse com uma ação civil pública contra a BRK Ambiental para proteger os consumidores das cobranças irregulares. Já Jeannyne Beltrão, que reuniu 17 assinaturas para garantir a votação da moção, cobrou da empresa uma resposta efetiva. “A população não pode continuar pagando caro por um serviço que não recebe”, afirmou.
Outros parlamentares reforçaram as críticas. David Empregos lembrou que os problemas com a BRK se intensificaram após o contrato de concessão, que retirou da Casal a responsabilidade pelo saneamento. Já a vereadora Teca Nelma defendeu a reestatização dos serviços, argumentando que o modelo atual não atende às necessidades de Maceió.
O debate sobre a concessionária evidencia um crescente desgaste político e social em torno da privatização do saneamento em Alagoas.