
A disputa interna no PL em Maceió ganhou novos contornos com o voto do desembargador Milton Gonçalves, do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL), a favor do retorno do vereador Siderlane Mendonça ao mandato. A medida vai na contramão do parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE), que defende a manutenção do afastamento do parlamentar e a posse imediata do suplente Caio Bebeto, também do PL.
O embate jurídico e político ocorre em meio às investigações da Operação Falácia, deflagrada pela Polícia Federal, que apura um esquema de desvio de verbas públicas no qual Siderlane é acusado de participar. Ele foi afastado do cargo por decisão da 2ª Zona Eleitoral de Maceió e segue sendo investigado por suposta “rachadinha” com recursos do gabinete parlamentar, entre os anos de 2020 e 2021.
Apesar do voto favorável de Milton Gonçalves, o julgamento foi interrompido após pedido de vista do desembargador Alcides Gusmão. Com isso, ainda não há data prevista para a retomada do julgamento, o que mantém o clima de incerteza tanto na Câmara de Maceió quanto dentro do partido.
Mesmo afastado, Siderlane Mendonça continua recebendo salário de R$ 17,5 mil como vereador. A Câmara, no entanto, suspendeu sua verba de gabinete de R$ 20 mil e mantém o gabinete fechado desde as ações da PF em Maceió, Rio Largo e nas dependências da própria Casa Legislativa.
A indefinição sobre o futuro político do vereador e a divergência entre o TRE/AL e o MPE expõem uma disputa interna delicada no PL, que pode impactar diretamente na composição da bancada e nos arranjos para as eleições de 2026. O caso segue sob intensa vigilância de órgãos de controle e da opinião pública.