
Uma reunião realizada no sábado (15), teve como foco alinhar a relação entre o governo Lula e o Congresso. Com duração de pouco mais de duas horas, participaram do encontro o presidente da Câmara, Hugo Motta, o deputado Arthur Lira (PP-AL), e os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais). Entre os temas discutidos, Lula tratou diretamente com Lira sobre a possibilidade de nomeação da procuradora Marluce Caldas para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o que adiciona novos elementos à conjuntura política de Alagoas.
Marluce é tia do prefeito de Maceió, JHC (PL), e a possível nomeação tem implicações diretas na articulação política para as eleições de 2026.
O apoio de Lira ao nome de Marluce Caldas sinaliza um reposicionamento estratégico e reforça, após rumores de rompimento, a manutenção da aliança com JHC.
Especulações sobre a ausência de apoio de Lira à indicação da procuradora havia sido interpretada como um dos estopins para a recente demissão de aliados de Lira da Prefeitura de Maceió, movimento que indicava um distanciamento entre as duas lideranças.
Agora, o apoio favorável à nomeação mostra que Lira pretende reatar pontes e preservar sua influência sobre o maior colégio eleitoral do estado.
A leitura política é clara: com o fim de sua presidência na Câmara e a crescente hegemonia do MDB no estado, comandado pelo senador Renan Calheiros e seu grupo, Lira precisa se reinventar. Uma candidatura ao Senado em 2026 depende diretamente de sua capacidade de manter musculatura política, especialmente em Maceió, onde JHC tem alta aprovação. Reatar a aliança com o prefeito é mais do que estratégico: é vital para sua sobrevivência política.
O movimento ainda gera desdobramentos. Com a possível nomeação de Marluce, Lula atenderia a um pleito de JHC e deve buscar seu apoio, convertendo um forte oposicionista em aliado.