
A defesa da formação de uma federação entre MDB e Republicanos, feita recentemente pelo ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), não apenas sinaliza uma movimentação estratégica nacional, mas também pode ter impacto direto no tabuleiro eleitoral de Alagoas, especialmente na disputa pelas duas vagas ao Senado em 2026. Nos bastidores, a possível federação pode consolidar a pré-candidatura de Davi Davino (Republicanos) e tornar mais difícil a disputa para o deputado federal Arthur Lira (PP).
Filiado há poucos dias ao Republicanos, após longa trajetória no PP, Davi Davino trocou de sigla, ao que tudo indica, com o objetivo de viabilizar seu espaço para disputar uma vaga no Senado, o que seria improvável dentro do PP, onde o nome natural para a corrida é justamente o de Arthur Lira.
A eventual federação entre Republicanos e MDB daria a Davino o respaldo de uma estrutura partidária mais robusta. Davi, que já foi aliado de Lira, agora se posiciona em campo oposto, sinalizando uma reconfiguração importante nas forças locais.
Em 2026, Alagoas terá duas cadeiras no Senado em disputa. Renan Calheiros já anunciou que buscará a reeleição, declarando ainda que seu grupo trabalha para conquistar as duas vagas. Nesse contexto, Davi Davino pode lucrar espaço.
Essa construção torna ainda mais desafiador o caminho de Arthur Lira, que, caso confirme sua candidatura ao Senado, enfrentará dois nomes com forte capilaridade no estado, base eleitoral consolidada e apoio partidário nacional. O embate deixa de ser apenas uma disputa entre candidatos e passa a ser uma disputa entre blocos políticos bem definidos: de um lado, o grupo do MDB que pode se aliar ao Republicanos; do outro, o grupo de Arthur Lira, com o peso da federação PP e União Brasil.
Em suma, a proposta de federação entre MDB e Republicanos, além de ser uma manobra estratégica em nível nacional, tem potencial para redesenhar o cenário eleitoral em Alagoas. E, nesse novo desenho, Davi Davino pode sair ganhando.