A oficialização da federação entre União Brasil e Progressistas não apenas remodela a correlação de forças no Congresso Nacional, como também fortalece lideranças regionais com espaço estratégico. Em Alagoas, o grande beneficiado é o deputado federal Arthur Lira (PP), um dos influentes nomes da nova federação em nível nacional e figura central no tabuleiro político do estado.
A influência da federação demonstra sua força, ao concentrar em suas fileiras cinco dos nove deputados federais alagoanos: além de Lira, fazem parte do bloco Alfredo Gaspar (União), Fábio Costa (PP), Daniel Barbosa (PP) e Marx Beltrão (PP). Esse peso numérico coloca o grupo em posição de destaque não apenas em Brasília, mas também na política estadual. A federação também possui, através de seus representantes, influência considerável na Assembleia Legislativa de Alagoas.
No cenário nacional, os números impressionam: União Brasil e Progressistas passam a somar 109 deputados federais, 14 senadores, seis governadores e quase 30% dos prefeitos do país. A federação se torna, assim, a maior bancada do Congresso Nacional, reforçando a tendência de concentração de poder.
Em Alagoas, essa realidade se traduz em uma polarização cada vez mais evidente. De um lado, Arthur Lira e seu grupo consolidam poder a partir de uma base parlamentar robusta. De outro, o MDB, liderado pelo senador Renan Calheiros, segue como a principal força de contraponto.
A disputa, portanto, tende a ganhar novos contornos, com a federação dando a Lira não apenas musculatura política no plano nacional, mas também um instrumento de enfrentamento direto à influência do grupo emedebista em Alagoas.
A federação fortalece Lira como um dos grandes articuladores de Brasília, ao mesmo tempo em que amplia seu alcance em Alagoas. Se a federação já nasce como a maior do país, no estado ela pode se transformar no principal polo de poder alternativo ao MDB, redesenhando o equilíbrio político local.