
A sinalização favorável do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, à possível filiação do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), à legenda, provocou uma resposta imediata do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB).
Dantas se viu compelido a se posicionar após a declaração de Siqueira, que considerou positiva a volta de JHC ao partido, movimento que, se confirmado, muda a estrutura política do PSB no estado, hoje sob controle da filha do governador, Paula Dantas.
A movimentação, segundo bastidores, atende a um pedido direto do presidente Lula (PT), que busca consolidar alianças em torno da possível nomeação de Marluce Caldas, tia de JHC, para o cargo de ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A articulação teria como contrapartida a entrada de JHC em um partido da base do governo federal.
Durante coletiva no Palácio República dos Palmares, na quinta-feira (29), Paulo Dantas foi questionado sobre a filiação de seu adversário ao partido comandado por sua filha. A resposta, longe de ser crítica, foi de surpresa e aparente entusiasmo: “Ele [JHC] já foi do PSB, tem amizade com o presidente [Carlos Serqueira], com o prefeito do Recife (João Campos), e com muita gente que lidera o PSB a nível nacional. Eu fico feliz se acontecer, porque teremos o prefeito da capital em um partido aliado ao presidente Lula, o que certamente trará mais recursos para Maceió”, afirmou.
A filiação de JHC ao PSB coloca em xeque o controle do partido pelos Dantas em Alagoas. Se a movimentação for confirmada, será difícil sustentar o discurso de unidade partidária local. Afinal, como alinhar, sob o mesmo guarda-chuva político, dois pólos que há anos se enfrentam nas urnas?
JHC pode anunciar sua volta ao PSB neste fim de semana, durante o Congresso Nacional da sigla, em Brasília. Caso isso se concretize, não será apenas uma filiação partidária. Será um movimento com potencial para reorganizar alianças e redefinir o xadrez político alagoano rumo às eleições de 2026.