
A indicação da procuradora alagoana Maria Marluce Caldas Bezerra ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) segue movimentando os bastidores políticos de Alagoas. Embora tenha um perfil técnico, a escolha teve forte repercussão política, sobretudo por ela ser tia do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), o JHC.
O senador Fernando Farias (MDB-AL) foi escolhido relator da indicação, cuja sabatina será conduzida na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal. O anúncio foi feito na terça-feira (15) e marca o início de um processo que culminará na votação final no plenário da Casa.
A escolha de um senador do MDB para relatar a indicação, partido comandado em Alagoas pelo senador Renan Calheiros, movimentou o debate político local. A presença de aliados da família Calheiros faz lembrar o possível acordo político que envolveria o presidente Lula, o prefeito JHC, os Calheiros e o deputado federal Arthur Lira. Essa articulação reforça especulações sobre uma reconfiguração de alianças em Alagoas visando às eleições de 2026.
O ministro dos Transportes e ex-governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), celebrou publicamente a escolha de Farias como relator. Em publicação nas redes sociais, ele afirmou:
“O senador Fernando Farias será o relator da sabatina da ministra Marluce Caldas, indicada ao STJ pelo presidente Lula. Competente e leal, Fernando construiu relatório comprovando os valores e virtudes da futura ministra Marluce.”
A nomeação partiu de uma lista tríplice enviada pelo STJ ao presidente da República, que indicou Marluce para ocupar a vaga. Após a sabatina na CCJ, o nome precisa ser aprovado pela maioria absoluta dos senadores, pelo menos 41 votos, para ser oficializado.
A previsão é que a sabatina ocorra em agosto, com leitura dos relatórios marcada para o período de 4 a 8, e as sabatinas e votações programadas entre os dias 11 e 15. A data exata será confirmada pela Presidência do Senado nos próximos dias.