
O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), exonerou o secretário municipal de Educação, Victor Soares Braga. A decisão, aparentemente administrativa, escancara um momento de desgaste político entre JHC e o deputado federal Arthur Lira (PP), até então aliados estratégicos no tabuleiro alagoano.
Para o lugar de Braga, o prefeito nomeou Luiz Rogério Neves Lima, que já havia exercido o cargo anteriormente em sua gestão. A escolha reforça a intenção de JHC de manter o controle direto sobre áreas sensíveis da administração municipal e pode ser interpretada como um movimento de independência política, sobretudo diante das pressões do cenário eleitoral que se aproxima.
A troca no comando da Educação ocorre no contexto das articulações para as eleições de 2026. Arthur Lira vem buscando assegurar o apoio de JHC para sua possível candidatura ao Senado, enquanto simultaneamente apoia a candidatura do prefeito ao governo de Alagoas. No entanto, os sinais emitidos por JHC, inclusive com gestos de reaproximação com adversários históricos, indicam que a aliança pode estar se desfazendo.
Nesse cenário, destaca-se o movimento, por mais contraditório que pareça, do senador Renan Calheiros (MDB), que tem buscado proximidade com JHC. Esses gestos representam um convite explícito para que o prefeito migre para a base política de Renan. Caso isso se concretize, o futuro político de Arthur Lira pode ser comprometido de forma irreversível.
O deputado já vem enfrentando perda de influência em municípios estratégicos, como Rio Largo, e a ameaça de perder Maceió, o maior colégio eleitoral do estado, pode ser um golpe fatal em suas pretensões.
A exoneração de Braga, portanto, não é um simples ajuste de equipe, mas um movimento tático dentro de um jogo político cada vez mais complexo. JHC se reposiciona, testa novos aliados e deixa claro que está disposto a rever alianças em nome de seu próprio projeto político. O recado está dado e as consequências devem reverberar por todo o estado.