O ministro dos Transportes, Renan Filho, e o deputado federal Rafael Brito foram condenados pela Justiça de Alagoas a pagar R$ 100 mil por danos morais ao prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), e à sua esposa, Marina Candia. A sentença foi proferida pela 7ª Vara Cível da Capital e publicada na segunda-feira (5).
A condenação tem origem em um episódio ocorrido na madrugada de 31 de outubro de 2022, logo após o segundo turno das eleições. Segundo os autos, os réus utilizaram um trio elétrico com som em alto volume em frente à residência do prefeito, na orla de Maceió, proferindo ofensas com o uso de microfone.
Marina, esposa de JHC, relatou nas redes sociais que estava sozinha com a filha de apenas 1 ano no momento da ação e se sentiu ameaçada.
O juiz Jamil Amil Albuquerque de Hollanda Ferreira classificou as falas como injuriosas e difamatórias, destacando que ultrapassaram os limites legais da liberdade de expressão. Ele reconheceu o abalo psicológico causado à família, incluindo a criança, e afirmou que mesmo figuras públicas, como o prefeito, não podem ser alvo de ofensas que atinjam sua honra ou a de seus familiares.
A indenização foi fixada em R$ 50 mil para cada réu, com correção monetária, juros de 1% ao mês, além do pagamento de custas e honorários.
No campo político, a decisão movimentou os bastidores. Circula a informação de que uma possível aliança entre o grupo de JHC e os Calheiros estaria sendo articulada. A sentença, no entanto, reacende um dos momentos mais tensos e emblemáticos de ruptura entre os dois campos políticos e expõe a fragilidade de certas posições e discursos públicos. O contraste entre o episódio julgado e a atual tentativa de aproximação evidencia como, na política, alianças podem ser tão voláteis quanto estratégicas.