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Anthony Albuquerque

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Política

Justiça Eleitoral cassa diplomas do prefeito e vice de Maribondo por abuso de poder econômico

O município aguarda o julgamento do recurso no TRE/AL e, em caso de confirmação da decisão, novas eleições deverão ser convocadas.

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A decisão da Justiça Eleitoral de cassar os diplomas do prefeito Bruno Zeferino do Carmo Teixeira e do vice José Ubiratan Ferreira Nunes, em Maribondo, joga luz sobre um problema crônico nas disputas municipais: o abuso de poder econômico travestido de festividade popular.

O juiz Vinícius Augusto de Souza Araújo, da 48ª Zona Eleitoral, foi categórico ao afirmar que “o conjunto probatório evidencia gastos vultosos, a distribuição gratuita de bens e serviços e associação direta da imagem dos investigados a iniciativas de caráter eleitoral. Não se trata de simples festividades culturais, mas de práticas que desequilibraram o pleito”. A sentença, ao mesmo tempo em que preserva a integridade do processo eleitoral, expõe como determinados grupos insistem em ignorar limites legais para conquistar votos a qualquer custo.

Eventos como o bloco carnavalesco Marimbondo 40 Graus e o Show de Prêmios do Dia das Mães, com direito à distribuição de camisetas, bebidas, eletrodomésticos e até uma motocicleta, não podem ser tratados como “ações comunitárias”. Na prática, são mecanismos de cooptação do eleitorado e reforçam a desigualdade entre candidaturas. Quem tem mais recursos cria espetáculos que, inevitavelmente, distorcem a livre escolha do eleitor.

A cassação e a declaração de inelegibilidade por oito anos representam um freio importante, mas revelam também o quanto a política continua refém de práticas antigas. Não se trata apenas de punir os envolvidos, mas de questionar um sistema que permite que tais estratégias ainda sejam vistas por alguns como “ferramenta legítima” de campanha.

Agora, o município aguarda o julgamento do recurso no TRE/AL e, em caso de confirmação da decisão, novas eleições deverão ser convocadas. Até lá, paira sobre Maribondo a incerteza política, consequência direta da tentativa de transformar eleições em um mercado de favores e brindes.

A lição é clara: sem o enfrentamento firme do abuso econômico, a democracia municipal continuará vulnerável, e a vontade popular seguirá sendo manipulada pelo poder do dinheiro.