O tom foi de indignação e revolta. O deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil), relator da CPMI do INSS, fez um discurso contundente durante sessão da comissão, denunciando o que classificou como um “desfile de impunidade” diante dos crimes bilionários que envolveram desvios no sistema previdenciário.
Gaspar não poupou críticas ao Supremo Tribunal Federal, a políticos e aos mecanismos que, segundo ele, “protegem criminosos de colarinho branco” no país. “Pode estar solto para continuar praticando o crime. O cara está blindado, vem para cá para ficar calado. Esse silêncio é a vitória da impunidade”, afirmou o deputado, visivelmente exaltado.
Em outro momento, o parlamentar foi ainda mais duro: “Quando você tem padrinho político, quando você tem dinheiro, quando você tem bom advogado, no Brasil compensa roubar. No Brasil compensa praticar crime.” Para Gaspar, a situação escancara um sistema que premia quem tem influência e poder econômico, enquanto o cidadão comum segue pagando a conta.
O relator direcionou suas críticas ao depoente Igor Delecroide, apontado como um dos envolvidos no esquema, afirmando que “uma mente criminosa como a sua não pode estar solta para continuar praticando crimes”. Segundo Gaspar, a tecnologia usada para fraudar o INSS substituiu a arma de fogo e o prejuízo foi bilionário.
O deputado também cobrou reação da CPMI: “Está na hora dessa CPMI reagir. O povo brasileiro não pode estar vendo esse desfile de impunidade.” Ele defendeu uma reunião com o ministro André Mendonça, a quem chamou de “uma pessoa decente”, para discutir medidas concretas de responsabilização.
Gaspar encerrou com um apelo direto: “A indignação do povo brasileiro é com essa blindagem e essa impunidade. Aqui a gente só está exibindo um desfile de criminosos que estão impunes.”
A fala do relator expõe o clima de insatisfação crescente dentro da CPMI e reflete o sentimento de parte da população que cobra resultados práticos. Enquanto os depoimentos se sucedem e os suspeitos se amparam no direito ao silêncio, o tom de Alfredo Gaspar ecoa como o grito de quem vê o sistema falhar, mais uma vez, diante do poder do dinheiro e da influência política.