
Sete meses depois da maior tragédia vivida em União dos Palmares, as marcas do desastre ainda estão cravadas no coração das famílias e no chão da Serra da Barriga. Vinte vidas perdidas, outras vinte e oito feridas, sonhos interrompidos e histórias destruídas. Só agora, o ônibus é retirado do local e, com ele, emergiu novamente a dor, o luto, a revolta e muitas dúvidas!
O que aconteceu ali, em 24 de novembro de 2024, foi mais do que um acidente. Foi o início de um abandono institucional. Desde a queda do veículo, o que se viu foi um silêncio frio, quase cruel. O tempo passou e, com ele, a esperança de respostas concretas foi se esvaindo. Não houve pressa, não houve cuidado.
Durante sete longos meses, o ônibus ficou exposto, vulnerável. E, com ele, as últimas chances de entender, com exatidão, o que causou a tragédia. A perícia, que só agora será realizada, esperamos que não esteja comprometida. E se o tempo destruiu as evidências? Quem vai assumir essa responsabilidade?
O inquérito policial foi concluído, sem respostas definitivas. A polícia, amparada em depoimentos, não conseguiu apontar um culpado. A principal prova, o próprio ônibus, ainda estava na ribanceira, deteriorando dia após dia.
Não se trata apenas de uma falha. É a manifestação mais dolorosa da omissão, que transforma vítimas em estatísticas e famílias em órfãos de justiça.
Familiares clamam por respostas. Mães choram sem saber o porquê. Filhos perguntam por respostas que ninguém tem coragem de dar. A cada dia, uma pergunta machuca mais que o silêncio: quem vai pagar por tanto descaso?
As vidas que ali se foram destruíram famílias. O mínimo que se pede é respeito e respostas! Quem são os responsáveis pela tragédia na Serra da Barriga que matou 20 pessoas?