
A política alagoana vive dias de especulação e estratégias nos bastidores, com um personagem despontando como peça de destaque no xadrez político: o vice-governador Ronaldo Lessa. Seus posicionamentos atrapalham tanto os projetos do governador Paulo Dantas (MDB) quanto os do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor, em cenários futuros que envolvem a sucessão estadual.
Caso Paulo Dantas decida afastar-se do governo para disputar outro cargo em 2026, o protagonismo de Ronaldo Lessa se tornará decisivo. Ao assumir o comando do estado, Lessa teria a oportunidade de usar o peso da máquina pública e sua vasta experiência política para propor uma eventual candidatura ao governo em 2026. Esse movimento colocaria em xeque os planos de continuidade do MDB no poder.
Nos bastidores, articula-se um plano para evitar esse cenário: a saída de Paulo Dantas seria acompanhada por uma renúncia de Ronaldo Lessa, abrindo espaço para que a Assembleia Legislativa escolhesse um novo governador em uma eleição indireta. Nesse cenário, Marcelo Victor, que conta com o apoio unânime dos deputados estaduais, assumiria o governo e se prepararia para disputar a eleição em 2026.
Entretanto, a estratégia enfrenta um obstáculo específico: Ronaldo Lessa não aceita renunciar ao cargo. Esse seria o principal motivo para a permanência de Paulo Dantas até o fim do mandato, sacrificando sua ascensão política para evitar a tomada de força de Lessa. Isso também impede a escalada de poder de Marcelo Victor, do legislativo para o executivo alagoano.
O fato é que Ronaldo Lessa, com sua experiência, representa um desafio para os projetos de ambos os líderes. Sua eventual ascensão ao governo teria o potencial de mudar o rumo da política em Alagoas, consolidando seu nome para 2026. A pedra no sapato de Paulo Dantas e Marcelo Victor pode, afinal, ser o principal protagonista de uma reviravolta no cenário político alagoano, entre JHC e Renan Filho. É uma lição básica da política: nunca subestimar o poder da máquina governamental.