O deputado federal Paulão (PT-AL) conseguiu adiar o desfecho de um processo que ameaça seu mandato.
A tumultuada sessão do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL), marcada por bate-boca entre advogadas e suspensão dos trabalhos, acabou favorecendo a defesa do parlamentar, que terá agora cinco dias para apresentar novos elementos após a concessão da chamada “assistência simples”.
Na prática, Paulão segue em Brasília com todas as prerrogativas do cargo, mas sob a sombra de uma possível cassação. Esse tempo extra é visto por aliados como estratégico: permite reorganizar argumentos e tentar desarmar o processo antes da decisão final. Já para os adversários, o adiamento não significa alívio, mas sim prolongamento da pressão.
Paulão vive um momento difícil: primeiro, viu aliados envolvidos em um escândalo ligado ao uso de recursos do PT em Alagoas, que resultou na perda do comando da sigla no estado.
Agora, às vésperas de uma nova eleição, enfrenta o desgaste de um processo que pode levar à cassação do mandato. Esse cenário tem feito aliados repensarem o apoio, calculando os riscos de permanecer ao lado de um deputado que pode não resistir à turbulência. Afinal, se o barco afundar, quem estará disposto a afundar junto?
O caso não é apenas jurídico, mas também político. Se Paulão perder o mandato, quem herda a cadeira é Nivaldo Albuquerque, que hoje está fora do Congresso e vê no processo uma chance concreta de voltar ao jogo em 2026. Cada movimento no TRE, portanto, não afeta apenas o presente da bancada alagoana, mas também a configuração das próximas disputas eleitorais.
O adiamento não encerra a crise, apenas a prolonga. Paulão ganhou tempo, mas segue encurralado: entre a necessidade de salvar o mandato e a inevitável exposição que desgasta sua trajetória política.