O desfecho no Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas colocou Craíbas no centro do debate sobre a manipulação da cota de gênero. A Corte reconheceu que o MDB lançou mulheres sem atuação real de campanha para cumprir apenas a exigência formal dos 30%. A decisão anulou todos os votos da sigla e cassou os mandatos conquistados pela legenda.
Com o recálculo do quociente eleitoral, a mudança no plenário da Câmara será imediata. Márcio César, Valdinho Mantega e Henrique NT deixam os cargos, enquanto Almir Pereira, Valdinho Fausto e Niraldo Crispim, suplentes de outras siglas, devem assumir as vagas. A posse está prevista para ocorrer em até 48 horas, conforme o TRE/AL.
A Corte reformou a sentença de primeiro grau e apontou que as candidaturas femininas apresentadas pelo MDB eram fictícias, sem qualquer movimentação de campanha. O entendimento reforça a linha dura adotada pela Justiça Eleitoral contra candidaturas de fachada, prática recorrente em vários municípios e que distorce o propósito de ampliar a presença feminina na política.
No plano político, a decisão mexe no equilíbrio interno da Câmara e envia um aviso direto aos partidos que ainda tratam a cota de gênero como mero requisito burocrático. Em Craíbas, além de reorganizar o Legislativo, o julgamento expõe a falta de compromisso real com a inclusão das mulheres e pressiona as siglas a adotarem critérios mais sérios na escolha de suas chapas.